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Trabalhadores devem ficar atentos ao coronavírus

3 março 2020

Fonte: Revista Proteção.

Em 30 de janeiro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou emergência em saúde pública internacional por uma nova variante do coronavírus (2019-nCoV) surgida na China no final de 2019. Até a data de hoje (5 de fevereiro), 491 mortes e 24,3 mil casos de contaminação tinham sido confirmados naquele País e havia 13 casos suspeitos e nenhum confirmado no Brasil. Nesse cenário, a mobilização em território nacional gira em torno da prevenção, o que também diz respeito à Segurança e à Saúde do Trabalho, especialmente para trabalhadores que têm maiores riscos de contato com pessoas contaminadas, entre eles, profissionais de saúde, de portos e aeroportos.

“Os profissionais de saúde do Brasil precisam estar atentos e preparados para a identificação e o manejo dos casos suspeitos, seja em clínicas, hospitais, ambulatórios de empresas ou de fábricas”, ressalta o médico do Trabalho Octavio Augusto Camilo de Oliveira, coordenador da Saúde do Colaborador no Hospital Sírio-Libanês (São Paulo/SP) e membro da Equipe Técnica da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho). Ele explica que casos suspeitos são pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou falta de ar e febre, que estiveram na China nos últimos 14 dias.

Conforme o médico, para que a contaminação seja evitada, recomenda-se, de maneira geral, manter as medidas de prevenção de doenças de transmissão respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar, utilizar lenços para limpeza de vias aéreas e descartá-los corretamente após o uso, lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos de uso pessoal, limpar regularmente as superfícies e manter os ambientes ventilados. Já no caso do profissional de saúde especificamente, ao prestar atendimento em paciente suspeito de infecção por coronavírus, ele deve manter a higiene das mãos com água e sabão ou substância alcoólica, usar óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica, avental impermeável e luvas de procedimento. Octavio acrescenta que os profissionais de saúde também devem usar máscara PFF2 (Peça Facial Filtrante) ou N95 ou equivalente ao realizarem procedimentos geradores de aerossóis, como, por exemplo, intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação e coleta de amostras nasotraqueais.

ORIENTAÇÕES

Segundo orientações divulgadas em circular da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho), a máscara conhecida como N95 refere-se a uma classificação de filtro para aerossóis adotada nos Estados Unidos e equivale, no Brasil, à PFF2 (ou peça semifacial com filtro P2). Tal comunicado também ressalta que a máscara cirúrgica não é um EPI (Equipamento de Proteção Respiratória) e não protege adequadamente o usuário de patologias transmitidas por aerossóis, porque, independentemente de sua capacidade de filtração, a vedação no rosto é precária.