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SST – A vida nos andaimes

9 março 2011

SST – A vida nos andaimes

É preciso  ter coragem para trabalhar a 30 metros de altura. Em São José, por sinal, existem centenas de corajosos nos 300 canteiros de obras espalhados pela cidade. São heróis anônimos, que, do alto do andaime, vivem entre a vida e a morte.

Só nos dois primeiros meses deste ano, quatro homens morreram em construções de São José. Em 2010, foram cinco mortos o ano todo. O motivo principal: falta de segurança.

Trabalhadores usam boné no lugar de  capacete. Sobem em andaimes com o cinto de segurança mal colocado, isso quando colocam…

Visita
A reportagem do BOM DIA percorreu a cidade na manhã de ontem à caça de flagrantes que comprovem a imprudência de construtoras, que permitem que   os seus trabalhadores fiquem expostos a acidentes.

O especialista em segurança do trabalho do Sintricom ( Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil), Érlon Alves de Oliveira, acompanhou a visita e apontou as falhas.

A primeira obra visitada foi a do Faro Shopping, na rua Sebastião Humell, no centro da cidade. A construção está sob responsabilidade da Planevale Incorporadora, de São José.

No local, homens trabalham com cinto de segurança preso ao andaime. Ponto negativo! “E se o andaime cair?”, questionou o especialista. “O cinto precisa estar preso a um suporte independente”, completou.

Fora isso, os andaimes não eram totalmente forrados. Os trabalhadores se equilibravam em tábuas de madeira.

Boné
Ali perto, na rua São Pedro, na Vila Maria, região central, mais irregularidade.

Trabalhadores, sem capacete e sem cinto de segurança, arriscavam-se a trabalhar a uma altura de quase 30 metros.
“Eles não morrem por sorte”, disse  Oliveira. Sorte que faltou a quatro pessoas em 2011.

Empresário promete verificar denúncias
A obra do Condomínio Village Marie, da Casfer Incorporadora, além de colocar em risco a vida dos trabalhadores, atrapalha (e muito) a rotina dos vizinhos.

Naquele local, deveria haver tela de proteção ao redor da obra. Isso evitaria que pedras e massa de cimento caíssem no quintal das casas ao redor.

Deveria. A família Marini está revoltada, porque é obrigada a conviver com uma ‘dor de cabeça’ permanente.
 O autônomo Marcos Marini, de 57 anos, diz que as pedras fazem estrago no quintal de sua casa. Já destruiu, inclusive, a caixa d’agua.

 “A gente vai conversar e nunca tem um responsável”, afirmou.
 A esposa dele, Catarina Marini, também teme assistir à morte de algum operário. Do quintal, ela enxerga o perigo.
 “Sempre falo para a minha filha que eu nunca gostaria de presenciar alguém cair dali”, disse.

O proprietário da Casfer Incorporadora, Samuel Fernandes, se disse surpreso com a informação de que trabalhadores atuam sem segurança. Prometeu conversar com os engenheiros. “Isso não é corriqueiro”, declarou. Ele prometeu colocar tela de proteção até a semana que vem.

Fonte: Bom Dia

Fonte: SST – A vida nos andaimes