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Sem medo de mudanças

26 janeiro 2012

por Fernanda de Almeida

 

 

A reavaliação ao longo da carreira é algo saudável profissionalmente, pois pode permitir mudanças e ajustes de rota. Não é incomum que as pessoas descubram, após alguns anos atuando em determinada área, que não gosta do que faz ou que é hora de mudar. E, então, o que fazer? Recomeçar não é tarefa fácil e exige muita coragem e disposição. A dentista Eliane Honel atualmente é gerente de Planejamento Estratégico da MetLife, empresa especializada em seguros na área de saúde. Durante a faculdade de odontologia ela teve algumas experiências administrativas e, depois de formada, já com seu consultório, ingressou na área de planos odontológicos e passou a conciliar as duas atividades. Oito anos depois de formada, em 1999, o interesse pela área administrativa preponderou.

 

Quem vê sua trajetória talvez não imagine que para passar por cada uma dessas etapas Eliane precisou de muita calma, paciência e dedicação. Foi uma ideia construída aos poucos, consequência de alguns acontecimentos nas vidas pessoal e profissional. “A entrada na área administrativa ocorreu em paralelo à atividade clínica e, para mim, foi um caminho sem volta”, diz. “Hoje, na MetLife, tudo se torna ainda mais gratificante porque eu posso continuar atuando na área da saúde, que sempre me interessou, mas com um outro olhar, de maneira administrativa”, explica.

 

Após encerrar a atividade clínica, Elaine migrou definitivamente para área de negócios. “Acabei optando por cursar um MBA em gestão empresarial e, quando tive uma nova oportunidade, mudei para a área de marketing e planejamento estratégico, incluindo uma mudança de ramo de atividade: troquei odontologia por seguro de vida”, conta. Elaine explica que não foi uma mudança radical, decidida da noite para o dia. “Paciência e planejamento são primordiais. Encontrei o momento ideal para cada uma das passagens profissionais que tive, pois sempre foram decisões que envolviam perdas e saídas da zona de conforto”, relembra.

 

 

Ferramentas de avaliação

 

Elaine, que era autônoma quando resolveu dar uma guinada na vida profissional, entrou para o universo corporativo. Mas há os que já estão no mundo das empresas e também querem mudar de ares. Algumas organizações já entenderam que, num momento de insatisfação do funcionário e diante da intenção de mudança, é possível ajudá-lo a se conhecer e, na medida do possível, realocá-lo para que se sinta realizado e continue trazendo resultados para a companhia.

 

Para Mike Martins, diretor executivo da Sociedade Latino Americana de Coaching, o principal segredo para ajudar um colaborador que deseja dar novos rumos à vida profissional é estruturar programas consistentes de avaliação. “Atualmente, muitas empresas fazem avaliações anuais para mensurar as competências, o comportamento e a inteligência emocional. Mas o ideal é que essas análises aconteçam pelo menos três vezes ao ano para que o profissional possa ser acompanhado e orientado de maneira mais precisa, com feedback e devolutivas mais assertivas”, acredita.

 

O primeiro ponto a ser levado em consideração pelas empresas é que existem ferramentas eficazes de avaliação, que ajudam a colher informações precisas dos funcionários e fazer um mapeamento detalhado de sua personalidade e atuação profissional e saber se ele realmente está alocado onde seu perfil corresponde às expectativas da empresa e também às suas motivações pessoais. Essa análise se baseia no tripé: competências, comportamento e inteligência emocional.

 

A primeira parte dessa avaliação envolve o perfil comportamental, no qual é feita uma análise individual da capacidade desse funcionário exercer as funções para as quais foi designado. A segunda é o mapeamento de competência: uma avaliação em 360 graus, por meio da qual o profissional saberá o que líder, parceiros e liderados pensam a respeito dele, incluindo a própria autoavaliação. “Com isso, acontece a devolutiva, para que o profissional possa verificar como foi o trabalho. O importante é que haja um responsável por essa avaliação capacitado e treinado para decodificar e esclarecer os resultados dessa análise”, orienta Martins.

 

Na terceira etapa da avaliação o foco é a inteligência emocional, para descobrir quais são os pontos fortes e quais são aqueles a serem trabalhados nesse profissional sobre as relações interpessoais, gestão de pessoas e comunicação. “Com esse tripé é possível ter um perfil detalhado de cada funcionário e, se esse profissional decide mudar de área, está insatisfeito ou quer novos desafios, a empresa tem um material rico e eficiente em mãos para direcioná-lo e realocá-lo da melhor maneira”, afirma Martins.

 

Para o consultor, é de extrema importância que essa avaliação seja realizada por profissionais preparados e treinados, para que os resultados sejam realmente eficazes e sirvam de matéria prima para atuação dos gestores.

Fonte: Sem medo de mudanças