Aquele tipo de caneta, ou pequeno farolete que emite um laser cor verde e que vem sendo utilizado para atrapalhar adversário em jogos de futebol.

Aquele tipo de caneta, ou pequeno farolete que emite um laser cor verde e que vem sendo utilizado por torcedores para atrapalhar atletas de time adversário em jogos de futebol, está colocando em risco o tráfego aéreo. Quem faz a brincadeira não sabe que para os pilotos de avião o laser de brinquedo representa um sério risco.

Tanto é complicado que faz isso pode ser preso por atentado. Somente no ano passado o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos registrou 60 ocorrências de gente brincando com canetas de laser, apontando suas luzes para aviões em procedimentos de pouso e decolagem.

O Centro fez inclusive alertou pilotos sobre a interferência dessas canetas de rio laser. Vários comandantes e co-pilotos reportaram dificuldades em procedimento de pouso. Um dos casos foi registrado em Londrina, com pilotos reclamando de laser vindo de uma área de campo, próximo do aeroporto.

Segundo Carlos Camacho, representante do Sindicato do Aeronautas, Carlos Camacho:
“Existe o risco, e o risco é sério. Quando um raio laser adentra a cabine de comando de um avião que esteja voando nas proximidades, no momento de pouso ou de decolagem, pode ofuscar um piloto, pode ofuscar os dois pilotos. Se os dois foram ofuscados, nós podemos ter um acidente de graves proporções”.

O laser tem alcance de aproximadamente 300 metros e existem leis para quem for flagrado apontando-o para um avião: pode ser preso e enquadrado no crime de atentado contra o transporte aéreo. A pena pode ser de dois a cinco anos de prisão, mas em caso de acidente aéreo sobe par 12 anos.

“É quase uma arma. Tanto pode causar uma lesão permanente em alguém, um acidente, levar a conseqüências às vezes atrapalhando a vida da pessoa no foco. Se o laser for concentrado e pegar bem a área de visão central, que é a área macular, você pode ter uma perda de visão permanente”, alerta o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Paraná, Ezequiel Portella.

No futebol, as maiores vítimas dos maus torcedores que levam as canetas aos estádios são os goleiros. “Quando passa no olho, você perde a visão total, praticamente some tudo e você tem que procurar a bola de novo”, reclama Márcio, goleiro do Atlético Paranaense.

Esse uso do laser em estádio já resultou em detenção. Foi no final da Copa do Brasil e o torcedor foi condenado a 16 horas de serviço comunitário.

Segundo a promotora de Justiça de Defesa do Consumidor, Cristina Ruaro, houve desobediência ao Estatuto do Torcedor: “A interpretação é de que houve um ato de violência.Essa caneta laser, pelo que sabemos, tem um potencial de causar uma ofensa à integridade corporal da pessoa”.