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O químico Edson Haddad fala sobre a prevenção de emergências químicas

15 fevereiro 2011

Prevenção e resposta à emergência química avançaram, mas ainda há muito a ser feito no país.

A área de emergência química requer investimento em ações preventivas para minimizar os riscos. No entanto, não é possível chegar ao risco zero, o que faz com que os profissionais se prepararem para dar uma resposta adequada quando o problema acontece. Em 27 anos de atuação, o químico Edson Haddad presenciou muitos avanços, mas garante que ainda há um longo caminho a ser percorrido. No início dos anos 80, faltavam informações sobre os riscos, e os profissionais acabavam se expondo com intuito de sanar os problemas gerados em uma emergência química. Sem equipamentos de proteção, era comum o uso de práticas que hoje são condenadas. Nos últimos dez anos, a prevenção, a preparação e a resposta às emergências químicas avançaram. Uma das ações importantes nesse caminho foi o desenvolvimento do Plano P2R2, que motiva as discussões e o planejamento nos estados sobre o tema. Até dezembro de 2010, 15 estados já haviam criado uma Comissão Estadual para isso. O que Haddad vê como um fator positivo, mas lamenta pelos estados que ainda não começaram a pensar no tema. Nesta entrevista, o profissional ainda fala sobre os riscos de emergência por terra e por água, a situação das indústrias no país e o trabalho conjunto entre os diferentes órgãos durante uma emergência.

O país hoje está preparado para lidar com as emergências qímicas e ambientais, do ponto de vista emergencial e preventivo?
Melhoramos muito nos últimos dez anos os aspectos de prevenção, preparação e resposta às emergências químicas. Os órgãos ambientais, por exemplo, passaram a exigir estudos de análise de riscos, programas de gerenciamento de risco e planos de ação de emergência. Temos diversas grandes empresas que investiram fortemente em recursos humanos e materiais. No entanto, ainda temos muito a melhorar, tanto por parte dos órgãos públicos quanto da iniciativa privada. Ninguém atende uma emergência sozinho. Isso envolve várias instituições como Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária, órgão ambiental e órgãos de saúde. Então, se pensarmos como um sistema, eu diria que os estados ainda não estão preparados para atender adequadamente uma emergência com produto perigoso. De um modo geral, não temos todas as instituições em um único estado funcionando bem.

Fonte: O químico Edson Haddad fala sobre a prevenção de emergências químicas