. No O Tempo: “ISO 26000 adota norma social”
O presidente mundial da ISO 26000, Jorge Emanuel Reis Cajazeira, esteve ontem em Belo Horizonte para lançar oficialmente em Minas Gerais a nova norma internacional de responsabilidade social. Nos próximos anos, a ISO 26000 deverá se tornar um diferencial de atuação responsável para empresas privadas, governamentais e ONGs. O evento foi promovido pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE-MG) e pelo Conselho de Sustentabilidade e Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Durante o lançamento, na sede da Fiemg, Cajazeira enumerou as principais orientações da ISO 26000, lançada em novembro de 2010, em Genebra, na Suíça, e, em dezembro, no Brasil. Ele também demonstrou sua importância para a aplicação dos princípios da sustentabilidade no mundo corporativo. “As empresas que se preocupam com o impacto de suas decisões e atividades têm responsabilidade social, atributo necessário para alcançar o equilíbrio ambiental e ecológico”, descreve.
Inovadora, a ISO 26000 não terá certificação e verificação externas nos primeiros quatro anos. “O objetivo agora é apenas difundir o conceito, para que as empresas possam compreendê-lo e, por fim, aplicá-lo. A certificação vem depois”, conta Cajazeira.
Outro diferencial da ISO 26000 foi sua elaboração, a partir de 2002: é a primeira norma ISO presidida por um país desenvolvido, a Suécia, e um país em desenvolvimento, o Brasil. Além disso, o texto teve participação de 400 especialistas de 90 países, com representantes desde o alto escalão de indústrias, governos e instituições acadêmicas até trabalhadores e consumidores.
“A ISO 26000 acompanha as preocupações da sociedade como um todo. Ela está bem à frente da ISO 9000, que estabelece diretrizes sobre gestão de qualidade, e da ISO 14000, que versa apenas sobre a gestão ambiental”, diferencia Cajazeira.
Para o empresário Sérgio Cavalieri, presidente da ADCE e vice-presidente da Fiemg, a ISO 26000 minimiza a competição desleal, principalmente nas relações de trabalho. “É uma oportunidade para as empresas brasileiras se afirmarem no cenário mundial, ultrapassando organizações de países que não lidam muito bem com a questão sócio-ambiental”, diz ele.
Segundo ele, a norma vem ao encontro dos princípios da ADCE. “Ela cria referências e desperta consciências do consumidor e do empresário para o que é mais adequado à sociedade e ao bem comum”, disse.
O empresário Alexandre Dolabella, sócio da GPS Global Consultoria Empresarial, acredita que a diversidade de temas da norma internacional é a resposta a um anseio da sociedade. “As empresas que tiverem uma postura coerente com a ISO 26000 vão se destacar no mercado. Porém, muitas vão ter dificuldade de se ajustar”, reconhece.
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