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No Brasil Econômico: “Desonerar e educar são as melhores armas para competir”

22 setembro 2011

Publicada em 15/09/2011 pelo Brasil Econômico. Por Alfredo Assumpção


Economia não é ciência exata, principalmente em se tratando de longo prazo.

Depende diretamente de movimentos sociais fluindo contra ou a favor.

Neste caso crença, valores e cultura dos povos falam mais alto do que fórmulas matemáticas mirabolantes, sejam para alcance de resultados micro ou macroeconômicos. Adam Smith propunha liberdade absoluta dos mercados (mão invisível), Marx defendia o controle absoluto dos meios de produção.

Mediando os extremos surge Keynes, propondo intervenções estatais sempre que necessário, e somente quando necessário, para correção de rumos.

Todos os demais movimentos político-econômicos derivam das ideias desses três grandes pensadores do campo da teoria econômica.

Feitos esses simples preâmbulos sobre a história do pensamento econômico, podemos recuperar a história recente da economia brasileira sob a gestão dos presidentes Itamar Franco, FHC e Lula, nenhum deles afeito às ciências exatas, mas que conseguiram gerir de forma otimizada a economia do país, num processo de continuidade, em cumplicidade com a crença do povo brasileiro, apoiados por um setor privado pujante, porque a ele foi delegada a responsabilidade, com muito suporte estatal, diga-se de passagem, para tornar possível o crescimento e o desenvolvimento econômico que tem vivido o país nessas duas últimas décadas. A presidente Dilma herda, então, um governo já proprietário de 40% das riquezas aqui produzidas. É muito.

Para continuar a crescer e desenvolver a nação, é preciso desonerar a produção do setor privado. O real só está supervalorizado porque a carga tributária é absurdamente alta, tornando nosso produto extremamente caro e impossibilitado de competir de igual para igual com produtos similares que importamos.

Isso significará no médio prazo falir com nosso parque produtivo e desempregar em massa trabalhadores do setor privado. Já importamos até etanol. Por que será? É de suma importância que grande parte desta carga tributária altíssima paga pelo setor privado a este seja endereçada possibilitando maior investimento em pesquisa, visando aumentar sua produtividade e melhorar a qualidade de nossos produtos. É o setor privado que melhor sabe gerir empresas, produção e competir acirradamente em mercados globais.

Está na hora de termos um governo mais facilitador e menos interventor, delegando mais a gestão dos fatores de produção (terra, trabalho e capital) para gestores mais competentes.

As massas ainda creem nas políticas econômicas do governo. A presidente Dilma será tão mais eficaz quando mais tender para Keynes, ouvindo os apelos do povo esclarecido e fazedor de opinião, possibilitando que as camadas menos favorecidas consigam mais emprego e menos assistencialismo.

Mais vara de pescar e menos peixes. Ter emprego dignifica. Receber esmolas torna-nos menos nobres. Recuperando J. O. de Meira Penna, “a esperteza individual é diretamente proporcional à imbecilidade coletiva”. Eduquemos o povo para melhor competir nesta arena global e, por favor, continuemos a luta contra a corrupção, cujo custo se aproxima dos R$ 80 bilhões por ano.

Sem corrupção, poderemos pagar menos impostos. Tendo mais educação, teremos maior produtividade. Direcionando verbas ao setor privado para pesquisas, teremos um melhor produto. Seremos competidores mais parrudos e o custo Brasil cairá.

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Está na hora de termos um governo mais facilitador e menos interventor, delegando mais a gestão dos fatores de produção (terra, trabalho e capital) para gestores mais competentes

Fonte: No Brasil Econômico: “Desonerar e educar são as melhores armas para competir”