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Investimentos reduzem acidentes no setor de energia elétrica

1 junho 2009

As estatísticas de acidentes com trabalhadores do setor de energia elétrica demonstram que tanto a taxa de frequência quanto a de gravidade estão decrescendo ao longo dos anos. A boa notícia não é sem motivo, mas consequência direta de investimentos nos programas de Saúde e Segurança dos funcionários. Dados apurados pela Fundação COGE mostram que a taxa de gravidade caiu de 719 em 2006 para 538 em 2007, o menor índice da série histórica iniciada em 1997. E a tendência da curva é continuar em queda, já que os investimentos na prevenção estão em alta. As companhias entenderam que evitar a tragédia é muito mais barato do que arcar com os custos dos acidentes.

Um dos índices que comprovam a tese da prevenção é o número de horas de trabalho perdidas. No ano de 2007, as empresas perderam 870.048 horas de trabalho em decorrência de acidentes com lesão. Este valor é 24% menor do que o de 2006, quando as companhias contabilizaram 1.152.144 horas. As horas perdidas em 2007 representam nada menos que um ano inteiro de operação de uma empresa do porte da SULGIPE ou da Duke Energy.

O setor elétrico vem buscando o crescimento nesta área com o intercâmbio de informações e práticas de sucesso, além de promover premiações que motivem as empresas e seus colaboradores a evitar acidentes. Em 2007, o contingente de 103.672 empregados próprios do setor enfrentou, diariamente, riscos de natureza geral e específicos durante a execução de seu trabalho. Isso resultou no índice de 906 trabalhadores acidentados com afastamento, além de prejuízos significativos entre custos diretos (remuneração do empregado durante seu afastamento) e indiretos (como, por exemplo, reparo e reposição de material, assistência ao acidentado e interrupção de fornecimento de energia elétrica).

De acordo com o relatório da Fundação COGE, o custo dos acidentes no setor elétrico brasileiro seria da ordem de R$ 532.523.754. Este montante representa, por exemplo, o investimento necessário para a construção de oito PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) de 30 MW cada, que poderiam atender a uma demanda de cerca de 1,25 milhão de habitantes. Este montante pode representar o investimento em 9.181 km de redes de distribuição em média-tensão – Spacer Cable. O custo total estimado poderia representar, ainda, o valor aproximado necessário para a construção de 1.902 km de linhas de transmissão, em 230 kV, circuito simples, incluindo: levantamento topográfico, projeto de engenharia, materiais e construção.

O custo com acidentes de trabalho também afeta o preço que o consumidor final vai pagar pela energia. Por exemplo, se ocorre um acidente em São Paulo que seja necessário desligar a energia de milhares de consumidores, a perda é incalculável para a economia do estado e os valores perdidos por causa deste tipo de situação acabam sendo repassados aos consumidores.

Estudos mostram que as estatísticas de acidentes de trabalho aumentaram em todos os setores produtivos do Brasil. Contudo, o setor elétrico, que já estava preocupado em atender à legislação trabalhista e à previdenciária, reduziu todos os seus indicadores. O contingente de pessoal aumentou, a exposição ao risco foi maior e ainda assim foi possível reduzir o número de acidentes, inclusive de consequências fatais, em até 37%. Um dos fatores que estão ajudando a melhorar este cenário em muitas empresas é a implementação de sistema de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho.

Existe um projeto da área de responsabilidade social da Fundação COGE, concebido em conjunto com a Coelba e o Grupo “Fala Menino!”, batizado de Projeto Energia Amiga, que consiste na produção de DVDs e cartilhas que abordam as principais causas de acidentes do setor elétrico. O material é distribuído para todas as empresas do setor para que sejam feitas apresentações e cópias a serem entregues nas escolas da área de influência destas companhias, diminuindo assim as ocorrências. No próximo mês, será realizado o 6º Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro (Sense), em Salvador. Durante o evento, a Fundação COGE irá ampliar o Projeto Energia Amiga, somando mais um esforço para sensibilização da importância da segurança também para a população e para as crianças.

   
Fonte: Gazeta Mercantil

Fonte: Investimentos reduzem acidentes no setor de energia elétrica