Blog

Implantação de projetos contra incêndios enfrenta problemas

13 abril 2012

Data: 12/04/2012 / Fonte: Revista Emergência

Entre 2004 e 2007, o Brasil registrou 494.058 incêndios, segundo dados compilados pelo projeto Bra­sil Sem Chamas, a partir de estatísticas do Ministério da Justiça. Embora 36,5% sejam ocorrências florestais, há um expressivo índice de edificações parcial ou totalmente destruídas pelas chamas, en­tre comércios, hos­pitais, teatros, ­escolas e indústrias. Muitos destes sinistros pode­riam ser controlados por sistemas de proteção e combate, des­de que instalados de forma adequada, a partir de projetos de segurança contra in­cêndio e pânico. 
 
Tais documentos elencam as necessida­des de instalação de equipamentos de proteção ao fogo em determinadas edi­ficações. São elaborados de forma a contemplar a área com recursos compatíveis com os riscos existentes, podendo incluir desde extintores e saídas de emergência, até sistemas de hidrantes e
sprinklers
(chu­veiros automáticos), por exemplo. 
 
Na teoria, a execução de um projeto de boa qualidade evita que pequenos incêndios transformem-se em tragédias, com prejuízos severos e vítimas fatais. No entanto, de
2007 a
2009, este tipo de ocorrência causou 3.238 mortes no país, in­forma o Brasil Sem Chamas, com dados do Ministério da Saúde. 
 
Para o capitão Sandro da Cunha Euzé­bio, co­mandante do 2º Subgrupa­men­to de Combate a Incêndio de Pe­lotas/RS, onde che­fia a Assessoria de Ati­vidades ­Técnicas, o alto índice de sinistros pode estar relacionado a problemas na execução dos projetos, o que, por sua vez, tem como causa a falta de intimidade do responsável ­técnico com o tema, aliada à es­cas­sez de detalhes do projeto. Euzébio res­salta que o documento deve ter alto ní­vel de detalhamento, já que nem sem­pre o responsável pelo projeto será o responsável por sua execução. 
 
O engenheiro civil e de Segurança do Trabalho Alexandre Rava de Campos, res­ponsável técnico da empresa RCC Pre­venção de Incêndio e diretor-secretário do CB 24 da ABNT, também acredita que o nível de apresentação dos trabalhos, muitas vezes, deixa a desejar. “É necessário que elaboremos projetos suficientemente completos para que qualquer outro profissional da área tecnológica, legalmente habilitado, ­possa conduzir a execução sem que tenha que `adivinharÂÂ’ aquilo que precisa fazer”, afirma. 
 
Campos entende que os empreendedo­res devem despertar para a importância de in­vestir em projetos e alega que, ­as­sim, economizarão durante a fase de e­xe­­cu­ção. “É importante que busquem empresas ge­renciadoras capazes de otimizar os ­re­cursos nas diversas fases do empre­en­di­mento, desde o projeto até a entrega ­final da obra”, diz. 
 
Reportagem de Rafael Geyger

Confira a reportagem completa na edição de abril da Revista Emergência  

Fonte: Implantação de projetos contra incêndios enfrenta problemas