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Higienista ocupacional fala da prevenção no mundo e no Brasil

10 maio 2011

 

Higienista ocupacional fala da prevenção no mundo e no Brasil

 

Berenice Isabel Ferrari Goelzer faz parte da história da Higiene Ocupacional no Brasil e no mundo. Engenheira formada na década de 60 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado e pós-graduação em Higiene Ocupacional nos Estados Unidos, trabalhou por 25 anos no Escritório de Saúde Ocupacional da Organização Mundial da Saúde, em Genebra. Lá foi responsável pela área de Higiene Ocupacional, o que lhe trouxe experiências valiosas pelo seu contato com a realidade laboral em diversos países. Um de seus maiores orgulhos em sua trajetória foi ter sido responsável pelo documento “O desenvolvimento da Higiene Ocupacional na Europa”, que levou a um consenso quanto ao perfil do higienista ocupacional e aos requisitos para formação nesta especialidade no continente europeu.

Porém, ela faz questão de frisar que sua vida profissional iniciou no Brasil, onde deu aulas de Higiene no Curso de Engenharia da UFRGS e foi a primeira chefe da Divisão de Higiene Ocupacional da Fundacentro de São Paulo. Mais tarde retornou aos Estados Unidos para participar de uma pesquisa e de lá foi para Genebra.

Atualmente, a higienista está aposentada da OMS, mas mantém-se como editora da Newsletter da IOHA (Associação Internacional de Higiene Ocupacional), consultora e palestrante em diversos eventos e cursos da área. “Hoje faço somente coisas que eu acho que valem a pena, que eu gosto de fazer”, comemora.

Proteção – Como era seu trabalho na OMS? O que ficou de mais importante em mais de duas décadas atuando junto a este importante órgão internacional?

Berenice – Fiquei na OMS por 25 anos. O trabalho lá tinha dois aspectos básicos. Um deles era a preparação de documentos científicos que eu mesma fazia ou então contratava um consultor para fazer. Depois, isso circulava por profissionais reconhecidamente competentes no mundo inteiro, em seguida vinham os comentários, nós finalizávamos o documento, e aí, ocorria uma reunião com especialistas de várias partes do mundo para discutir e finalizar o documento. O outro tipo de trabalho era a atividade de campo, em que nós íamos aos países para atender seus chamados. Trabalhávamos nos países que queriam iniciar um programa, criar um instituto, desenvolver uma divisão numa universidade, um laboratório. Quando vinha alguma demanda para a Higiene Ocupacional eu estava envolvida. Um trabalho que me marcou muito foi em Macau, onde fiquei por um mês. O governo da época era português e não existia lei alguma de Saúde Ocupacional. O país era completamente desregrado, o trabalhador ficava doente, vinha outro e tomava o seu lugar. Eu nunca tinha visto uma coisa assim. Lá realmente foi a coisa mais desregrada que conheci.  Eles queriam desenvolver uma lei e fui para lá, visitei 78 pequenas indústrias com condições terríveis e conseguimos fazer uma lei. Era até simples, mas para quem não tinha nada, já era alguma coisa. Visitei também muitos países da África para desenvolver serviços, para elaborar legislação específica ou algum curso.

Confira a entrevista na íntegra na Edição 233 da Revista Proteção.

Fonte: Higienista ocupacional fala da prevenção no mundo e no Brasil