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Estudo revela problemas pulmonares em socorristas

14 abril 2010

           Estados Unidos – De acordo com informações publicadas no jornal norte-americano, The New York Times, no dia 7 de abril, os trabalhadores de resgate expostos às espessas camadas de fumaça no atentado de 11 de setembro ao World Trade Center tiveram grandes quedas na função pulmonar nos sete anos após o ocorrido. É o que aponta um estudo feito com bombeiros e profissionais de emergências médicas que atuaram nos atendimentos.

           O estudo conta com 91,6% do total dos 13 mil bombeiros e médicos de emergência que trabalharam nas duas primeiras semanas depois do ataque. Todos os incluídos na pesquisa efetuaram testes pulmonares antes e após o ataque terrorista, por isso havia dados para  a comparação. Os resultados são baseados em testes de função pulmonar realizados a cada 12 ou 18 meses desde março de 2000 até setembro de 2008.

          A exposição ao pó deixou “uma substancial proporção de trabalhadores com função pulmonar anormal”, relatam os investigadores do artigo ao Jornal.

         Em média, as equipes de resgate perderam cerca de 10% da função pulmonar no ano após o ataque, com pouca ou nenhuma recuperação nos seis anos subsequentes, disse o médico David J. Prezant, um dos autores do estudo e diretor médico do Escritório de Assuntos Médicos do Corpo de Bombeiros de Nova York em entrevista ao Jornal The New York Times. Os bombeiros que chegaram na manhã do 11 de setembro tiveram a maior queda no primeiro ano, pois eles foram os mais expostos à pior nuvem de poeira que surgiu, logo quando as duas torres desabaram.

       “Não foi um fogo comum”, disse Prezant. “Havia milhares de litros de combustível queimando, além de uma densa nuvem de partículas de matéria que envolveu os trabalhadores durante todo o período”.

        A nuvem continha vidro pulverizado, cimento, fibras de isolamento e numerosos produtos químicos. “Isso provocou a inflamação aguda das vias aéreas e os pulmões”, disse Prezant. “E esse impacto inflamatório tem sido persistente”.

       “A dimensão desse risco para o futuro não sabemos, porque nós nunca tivemos esse tipo de exposição antes”, destaca o médico. “O fato é de que este declínio é persistente, e demonstra que há necessidade de um acompanhamento contínuo e um tratamento agressivo”, disse o médico especialista ao Jornal.

        Um relatório de 2009 do Grupo de Trabalhadores do World Trade Center também informou um aumento de asma entre a população exposta após o 11 de setembro, com 17.400 a 40 mil novos casos em adultos.

       Há um site do governo que lista cerca de 250 artigos científicos sobre os efeitos físicos e mentais dos ataques sobre os trabalhadores de resgate e civis.

Data: 12/04/2010 / Fonte: Redação Revista Emergência

Fonte: Estudo revela problemas pulmonares em socorristas