Blog

Estudo do Projeto ARCUS avalia exposição de trabalhadores à sílica em Minas Gerais

31 março 2014

Pesquisadores da UFMG, da UFOP, da Fundacentro e da Universidade de Lille, da França, realizam trabalho de campo

 

Por ACS/C.R. em 19/03/2014

 

A Fundacentro participa nos meses de março, abril e maio de trabalho de campo na cidade de Corinto/MG. A ação dá continuidade à avaliação dos trabalhadores expostos à sílica na atividade de lapidação de quartzo. O estudo é coordenado pela médica pneumologista Ana Paula Scalia Carneiro, do Serviço Especializado em Saúde do Trabalhador – SEST do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

A pesquisa faz parte do Projeto ARCUS, acordo de cooperação entre a UFMG e a Universidade de Lille, da França. O médico pneumologista da Fundacentro, Eduardo Algranti, avaliará os trabalhadores em conjunto com as médicas Ana Paula Carneiro e Nathalie Cherot Kornobis, pesquisadora da Universidade de Lille, que permanecerá em Minas Gerais de 2 de março a 30 de maio.

“Esse estudo tem como objetivo avaliar a importância do conhecimento dos marcadores inflamatórios no sangue e ar exalado de trabalhadores expostos à sílica, observando o desenvolvimento ou agravamento da silicose, assim como avaliar qualitativa e quantitativamente a exposição, visando o posterior estabelecimento de um plano de prevenção primária da doença”, explica Algranti.

A pesquisadora francesa também participará da elaboração de um banco de dados, que permitirá a preparação de trabalhos científicos. A exposição dos trabalhadores à sílica, por sua vez, será avaliada pelo tecnologista da Fundacentro/MG, Lenio Amaral. Já a Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP é responsável pelas coletas de material biológico e análises laboratoriais de marcadores inflamatórios no sangue.

Até o momento, o SEST/MG avaliou cerca de 130 trabalhadores da região de Corinto. Muitos deles são portadores de silicose, incluindo jovens com formas graves da doença. Há predominância do trabalho informal, realizado precariamente em oficinas improvisadas. “Já foram realizadas duas etapas do estudo dos marcadores inflamatórios com resultados promissores”, afirma Ana Paula Carneiro.

Na perspectiva do Programa Nacional de Eliminação da Silicose – PNES, os trabalhos podem resultar na criação de um programa de intervenção para a prevenção primária da silicose dentro da atividade estudada.

Fonte: Estudo do Projeto ARCUS avalia exposição de trabalhadores à sílica em Minas Gerais