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Estudo avalia absenteísmo e processos patológicos em empresa de navegação

31 agosto 2011

Data: 29/08/2011 / Fonte: Revista Proteção

O artigo tem como objetivo a análise das causas de absenteísmo relacionadas a características psicossubjetivas de funcionários de uma empresa do ramo de navegação. O despertar para a discussão surgiu com a verificação de percentual significativo do padrão de sono, repouso prejudicado, estresse e absenteísmo, identificados nos exames médicos ocupacionais.

Os estudos epidemiológicos contribuem na identificação das variáveis (sexo, idade, estado civil, entre outras) ligadas ao absenteísmo e ajudam na elucidação de possíveis causas, auxiliando na prevenção e sugerindo soluções. O conhecimento do problema e de suas múltiplas gamas e determinações torna-se imprescindível para uma gestão empresarial de qualidade, permitindo o planejamento e a implementação de serviços de atenção à saúde do trabalhador.

A hipótese sustenta-se na possibilidade de alterações patológicas de humor na atividade de navegação relacionadas à distância do convívio familiar, falta de relações de afeto, sensação de enclausuramento e de falta de liberdade, preocupação com segurança, desgaste mental e sentimentos envolvidos no pré-embarque e no processo do trabalho embarcado como a ansiedade e o estresse. Essas atitudes caracterizam a subjetividade no trabalho e, quando não identificadas e trabalhadas, podem interferir diretamente na saúde dos colaboradores, assim como na produção direta de uma empresa, por meio do aumento do índice de absenteísmo.

Cotidiano
O estudo descreve os hábitos de vida dos colaboradores que referiram estresse relacionado ao trabalho, detectando a possível correlação entre o absenteísmo e os eventos de subjetividade. Pode-se dizer que a relevância está no conhecimento das possíveis causas de subjetividade e suas relações com o absenteísmo, assim como a elaboração e a adoção de medidas de prevenção e controle de tais eventos. O intuito é diminuir a ocorrência do problema, além de conscientizar sobre a mudança de hábitos e atitudes dos envolvidos no processo.

A ação humana é parte da vida cotidiana do homem, ele vive e participa dela por inteiro, com todos os aspectos de sua individualidade e personalidade. O indivíduo vive intensamente seu cotidiano e assim participa e usufrui dele em toda a sua intensidade. Agnes Heller, autor de “O cotidiano e a história”, afirma que “A vida cotidiana é a vida de todo homem. Todos vivem, sem nenhuma exceção, qualquer que seja seu posto na divisão do trabalho intelectual e físico”. Ninguém consegue identificar-se tão substancialmente com sua atividade humana ao ponto de poder desligar-se inteiramente da cotidianidade.

Fonte: Estudo avalia absenteísmo e processos patológicos em empresa de navegação