Especialista fala do diálogo social na indústria química

Santo André/SP – Os trabalhos desta terça-feira (27) da Conferência Internacional “A indústria química em 2020; um novo rumo é possível” teve início com a rica contribuição do especialista sênior em indústria química de sector/Organização Internacional do Trabalho – OIT/Genebra, Sr. Yasuhiko Kamakura.

Em sua conferência, a principal da programação do dia 27, Yasuhiko fez uma detalhada apresentação de dados mundiais sobre a reestruturação e diálogo social na indústria química, provenientes de um estudo feito pela OIT e que contou com a elaboração dos assessores do  Sindicato, Nilton Freitas e Thomaz Jensen, na parte relacionada à situação na indústria química brasileira.

Entre as informações compartilhadas, Yasuhiko abordou o processo intenso de fusões e a tendência a continuarem nos próximos anos, e a perda de 4 milhões de empregos entre 2000 e 2006 na indústria química mundial.

O estudo detectou ainda um forte aumento nas formas flexíveis de trabalho, como trabalho atípico, fora do padrão, temporários, contratos de curto prazo (10 horas por semana) e trabalho por plantão. “Vários trabalhadores estão empregados dessas formas, desde o trabalhador sem formação até os especialistas, o que significa para esses trabalhadores menos segurança no trabalho, falta de plano de carreira e uma dificuldade maior de conciliar vida pessoal e trabalho.

Yasuhiko concluiu sua apresentação abordando a importância do Diálogo Social como solução para os deafios colocados para uma indústria química sustentável. “O Diálogo Social tem potencial para resolver as questões sociais e econômicas, contribuindo com a governança e provendo a paz na relação entre trabalhadores e empresa”, afirmou.

As duas outras mesas da Conferência debateram “Emprego e Condições de Trabalho” e “Relações de Trabalho”, com a participação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Nobre, do diretor de relações institucionais da Braskem, Carlos Henrique Parente de Barros, do gerente industrial da Rhodia, Luiz Bertani, do economista Thomaz Jensen (Dieese), da advogada Elaine D´Ávila Coelho, e da secretária de Política Sindical da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT), Lucineide Varjão. 

Dimensão ambiental será tema do terceiro e último dia da Conferência
Os trabalhos da quarta-feira, 28, iniciam pela manhã com discussão sobre o Meio Ambiente e a Indústria Química, com a participação de Marcelo Kós (membro do Conselho das Associações de Fabricantes Químicos – ICCA – e Abiquim); de Remígio Todeschini (Ministério da Previdência Social) e Nilton Freitas, assessor do Sindicato dos Químicos do ABC.

Encerramento do evento deve selar pacto em defesa da indústria química
Na parte da tarde, o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, e o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, encerram a Conferência com uma proposta de documento para fortalecer a indústria química brasileira, que será entregue conjuntamente pelos empresários do setor e sindicatos ao governo federal.

Projeto 2020
A conferência integra o projeto “A Indústria Química em 2020”, iniciativa do Sindicato dos Químicos do ABC para promover o crescimento sustentável do setor químico nacional na próxima década, com diálogo social e trabalho decente. O projeto, iniciado em junho com três ciclos de debates mensais, também visa preparar a entidade – juntamente com governo, indústria, trabalhadores e sociedade civil – para as discussões da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012.

Participam cerca de 150 pessoas, entre dirigentes sindicais, representantes dos trabalhadores, empresários e sociedade civil em geral. O evento está sendo transmitido em tempo real via web, por meio do www.quimicosabc.org.br.

A íntegra da programação está no hotsite: http://quimica2020.mgiora.com.br. Para mais informações entre em contato pelo e-mail [email protected].

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