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Desvendando os mistérios da leitura de pictogramas e testes em EPIS

8 fevereiro 2021

FONTE: WWW.DANNY.COM.BR

Desvendando os mistérios da leitura de pictogramas e testes em EPIS

Uma preocupação constante ao definir o EPI para uma atividade é ter certeza de que, a proteção do equipamento é adequada aos riscos que nossos colaboradores estão expostos. Mesmo que no primeiro momento optemos por um teste (e este é sempre o melhor caminho), antes de realizá-lo, precisamos confirmar que nosso colaborador não será exposto aos efeitos de um potencial acidente, mesmo enquanto estivermos testando o equipamento.

Podemos ter mais tranquilidade e segurança se lermos corretamente os pictogramas de cada equipamento, mas afinal, o que significam estas marcações e quais informações elas contêm?

Então, vamos ao conteúdo desta semana para entender um pouco mais sobre este tema.

 

NORMALIZAÇÃO DOS EPIS: COMO FUNCIONA E PARA QUE SERVE?

Todo e qualquer equipamento de proteção individual (EPI), antes de ser liberado para comercialização e utilização dos trabalhadores, passa por rigorosos testes em laboratórios credenciados junto a Secretária do Trabalho e/ou Inmentro, para garantir que atendam as normas e legislações brasileiras vigentes.

Vale lembrar que os anexos I e II da NR 06 definem o que são considerados EPIs – equipamento de segurança – e ensaios obrigatórios para proteção específica de cada tipo de EPI.

Para facilitar as suas consultas, no final do texto disponibilizaremos um link para leitura da Portaria 11.437 de maio de 2020, esta portaria pacificou a questão da validade do CA – Certificado de Aprovação – e revisou por completo os anexos I e II da NR 06.

A realização destes ensaios e as obrigações quanto a manutenção dos controles de qualidade, garantem a eficiência do EPI.

Porém, os laudos geralmente são de uma leitura complexa e exigem, além de tempo, um certo conhecimento da norma específica aplicada ao EPI que está sendo analisado. Partindo deste ponto, é muito comum observar apenas o CA e mais especificamente o campo de “Aprovado para:”, que nos traz a indicação básica de uso do EPI.

Entretanto, na maioria das normas e metodologias de ensaio, é possível medir os níveis de resistência ou capacidade dos EPIs, e esta leitura começa a ficar mais difícil no CA, pois se encontra em formato de texto corrido.

Neste caso, a forma mais simples, rápida e muito assertiva de fazer a leitura é através do Pictograma da norma aplicada ao EPI analisado.

 

O QUE É UM PICTOGRAMA?

Pictograma nada mais é do que um símbolo representativo (uma ilustração) da norma aplicada ao EPI, e, embaixo do pictograma ficam gravados números ou letras que tem por finalidade apresentar os resultados dos ensaios exigidos para norma aplicada ao EPI.

Através desta representação, é possível saber se o EPI foi testado para uma proteção específica ou não, e se foi, qual o resultado obtido neste ensaio.

Esta informação está gravada na maioria dos EPIs e quando não estão diretamente no equipamento, se encontram obrigatoriamente em suas embalagens.

Outra dica é procurar pela ficha técnica do fabricante, nela geralmente a informação é apresentada de forma mais explicita e completa.

 

LEITURA DO PICTOGRAMA APLICADO NAS LUVAS

Riscos Mecânicos para Luvas – EN388

Para entender melhor como se dá a leitura de um pictograma, vamos analisar a norma EN388 (lembrando que EN significa Euro Norma, então é uma norma da comunidade europeia, reconhecida e aceita no Brasil).

Esta avalia a compilação de até seis testes mecânicos que podem ser aplicados em uma luva, sendo eles: abrasão, corte (coup test), rasgo, perfuro, corte (TDM) e impacto, estes servem para determinar os níveis de proteções mecânicas de luvas.

Percebeu que dois tipos de testes para corte foram citados? Para entender qual a diferença entre eles, acesse o conteúdo que preparamos especialmente sobre isso Normas: qual a diferença a diferença entre “COUP TEST” e TDM?

Abaixo temos a imagem do Pictograma desta norma, com termos sobre o desenho e nome da norma, a ilustração da norma (neste caso é um martelo) e abaixo os números e letras que classificam os resultados de cada teste aplicado:

 

Nas embalagens e/ou fichas técnicas, além do resultado de cada ensaio realizado, é possível encontrar o guia para leitura da norma, como esta que vimos agora, isto facilita o entendimento. Para a leitura dos dígitos, é importante saber que eles sempre estão em ordem fixa e representam o resultado de cada teste, vejamos os testes realizados na EN388 e como se classificam os níveis de proteção:

Abrasão: é o contato da palma do usuário diretamente com produto/material em movimentação, sofrerá um desgaste natural por uso e os resultados dos testes variam de 1 a 4 (nível máximo).

Corte (Coup teste): é o possível risco de corte, teste realizado com uma lâmina circular, com peso fixo 500g e com determinado número de ciclos obtém o resultado que varia de 01 a 05 (nível máximo).

Rasgo: avalia a resistência da fibra e tecido que pode obter um resultado de 1 a 4 (nível máximo).

Perfuração: teste realizado para avaliar a resistência à perfuração, pressão colocada sobre a fibra com uma ponta (esfera) similar à de uma caneta, e pode obter um resultado de 1 a 4 (nível máximo).

Corte (TDM): nova metodologia de teste realizado com uma lâmina que deslizará 20mm sobre a fibra. Iniciando com 200g, mas podendo chegar até 3kg, a cada teste de peso troca-se a lâmina e a massa para obter o resultado esperado, sendo A mais baixo e F nível máximo.

Impacto: teste realizado em uma determinada categoria de luva/produto, são específicos à classe, e terá o resultado P de aprovação para impacto e caso o resultado seja negativo, não constará nenhuma informação.

Em consulta ao pictograma você pode perceber que existe um X no lugar do numeral, podemos considerar a informação “X” como o produto não foi testado para aquele risco, ou o teste não é aplicável. Quando a informação constar o número “0” o resultado está abaixo do nível de desempenho mínimo para o risco em específico.