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Artigo analisa riscos dos profissionais de Enfermagem do Trabalho

8 maio 2014

Fonte: Redação Revista Proteção

No decorrer dos anos, os cuidados com a saúde têm avançado científica e tecnologicamente, gerando um progresso das medidas de saúde destinadas à população. Entretanto, apesar desses avanços, problemas antigos persistem, como é o caso das infecções hospitalares, afirmam Denise de Andrade et al., citados por Rosangela de Oliveira e Sônia Ayako Tao Maruyama. A Portaria GM/MS nº 2.616/1998 define infecção hospitalar como “aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”.
As infecções nas instituições de saúde constituem um problema de ordem mundial, sendo um dos principais motivos de morbidade e mortalidade associados à assistência clínica, diagnóstica e terapêutica oferecidas à população. Além da dimensão em relação ao paciente, o profissional da saúde se expõe ao risco ocupacional permanente. Assim, se tal exposição é uma problemática contínua tanto para os doentes como para os profissionais, ações de intervenção devem ser realizadas para reduzir essa condição. Uma das táticas previstas, de acordo com Rúbia Aparecida Lacerda, diz respeito à incorporação das PP (Precauções Padrão), definidas como um conjunto de medidas planejadas que têm por objetivo a proteção dos doentes e trabalhadores.
Apesar de as pesquisas mostrarem que o conhecimento acerca das PP por profissionais é indispensável, faz-se necessário analisar o tipo de abordagem efetuada nos exercícios, visto que o conhecimento não garante a adesão de ações seguras, orientam Aline Maria Bonini et al. Deste modo, conforme Fernanda Maria Vieira Pereira, é preciso identificar os fatores que influem na adesão de práticas preventivas, possibilitando elevar e direcionar ações de ensino permanente e treinamento de profissionais para uma efetiva aplicação das PP em todos os momentos, assegurando a proteção no trabalho.
Este estudo possibilita desvelar o panorama atual de adesão às PP dos profissionais de assistência à saúde, bem como observar seus fatores atenuantes e subsidiar medidas e intervenções pertinentes para melhorar a qualidade da assistência prestada, além de preservar a saúde e a segurança dos trabalhadores. Por meio de um levantamento bibliográfico, são delineadas as imputações do enfermeiro do Trabalho frente a esta abordagem.
RECOMENDAÇÕES
Precursora da escola das enfermeiras de Londres, em 1863, Florence Nightingale estabeleceu as recomendações iniciais e sistematizadas relacionadas à assistência do doente, destacando a precisão da higiene do ambiente hospitalar. Em concordância com os princípios conhecidos até dado período, seus preceitos entendiam a difusão de patologias por meio de fluidos corpóreos, e a intervenção direcionada ao ambiente hospitalar como cuidados com a limpeza, calor, ar puro e luminosidade, observando a necessidade de separar os doentes contaminados dos não contaminados, descrevem Lúcia Yasuko Izumi Nichiata et al.
Em 1987, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) instituiu as recomendações PU (Precauções Universais), levando à publicação de um manual com o objetivo de reduzir os riscos de difusão do HIV (vírus da imunodeficiência humana) e VHB (vírus da hepatite B). Essas medidas se limitavam à prevenção relacionada ao sangue e alguns fluidos orgânicos (sêmen, liquor, líquido pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico) e leite materno. Suor, lágrima, secreção nasal, saliva, urina e fezes foram eliminados, desde que não houvesse sangue visível junto a eles. Já em 1996, as precauções foram revisadas e denominadas PP (Precauções Padrão), sendo estimado somente o suor como substância desconsiderada de proteção de barreira, salienta Fernanda Maria Vieira Pereira.
Em 2007, as PP foram novamente revistas com o objetivo de aprimorar as recomendações de controle de infecção hospitalar e proteção do paciente. Três conceitos foram acrescidos, segundo Jane D. Siegel et al.: normas de etiqueta para tossir, técnicas de injeção segura e utilização de máscara em procedimentos com introdução de cateter epidural.
Valéria Chiaratto Cassettari et al. definem as PP como um conjunto de medidas para prevenir a difusão de microorganismos, até mesmo quando a fonte não é conhecida, além de servir como proteção para o profissional e prevenir a contaminação cruzada entre os pacientes. A sua aplicação – esclarece Julia S. Garner, citada por Dulcelene de Sousa Melo et al. – deve ocorrer em todas as ocasiões de assistência a pacientes, com suspeita de enfermidade transmissível ou não, bem como na manipulação de aparelhamentos e artigos contaminados ou que sejam suspeitos de contaminação, nas ocasiões em que haja risco de contato com substâncias como sangue, fluidos corpóreos, excreções e secreções (com exceção do suor), independentemente da presença ou não de sangue manifesto e pele com solução de continuação e mucosas.
Artigo de Érica de Abreu Procópio, Enfermeira (Unigran) com especialização em Enfermagem do Trabalho (UCDB/Portal Educação) e Adriana Almeida Gama Fernandes, Professora orientadora do trabalho de conclusão da pós-graduação em Enfermagem do Trabalho (UCDB/Portal Educação).

 

Fonte: Artigo analisa riscos dos profissionais de Enfermagem do Trabalho