A evolução dos EPRs no Brasil é uma constante
Data: 11/06/2013 / Fonte: Revista Proteção
Apesar de ainda engatinhar no Brasil, a evolução dos EPRs (Equipamentos de Proteção Respiratória) é constante, principalmente embalada pelas crescentes exigências do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) para obtenção dos CAs (Certificados de Aprovação) para 10 diferentes tipos de equipamentos, e também com a entrada da Peça Semifacial Filtrante – PFF1/PFF2 /PFF3, a máscara descartável, no âmbito do Sistema Inmetro.
Em termos financeiros, o mercado está em crescimento, assim como o de toda a gama de EPIs. A demanda é o trunfo principal. Conforme especialistas, multinacionais que passaram a atuar no mercado doméstico têm proporcionado produtos tecnologicamente mais avançados, criando uma saudável concorrência. No ano de 2011 os EPRs movimentaram mais de R$ 215,8 milhões, 5% mais do que em 2009 (R$ 205,4 milhões). Os dados são da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho).
A importância do EPR adequado não pode ser relativizada, pois o produto é determinante no risco de morte no trabalho. São respiradores ou máscaras que protegem contra a inalação de contaminantes químicos, biológicos, gases, vapores e também no caso de falta de oxigênio – principalmente no combate a incêndios.
O diretor-executivo da Animaseg, Raul Casanova, que também é superintendente do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual (CB 32), adianta que está em desenvolvimento o Projeto ISO 16.972, termos, definições, símbolos gráficos e unidades de medida. A CE (Comissão de Estudo) também vem trabalhando o Projeto EPR – Classificação dos Equipamentos de Proteção Respiratória (ABNT/NBR 12543) que em breve será encaminhado para consulta nacional.
Casanova ressalta que a atualização da normatização é essencial para que o segmento tenha os parâmetros para produzir com a qualidade necessária visando a proteção dos trabalhadores. “Hoje atuamos como membros participativos na elaboração das Normas ISO de âmbito internacional”, acrescenta.
PROGRAMA
O engenheiro químico e consultor Maurício Torloni, um dos criadores e coordenador técnico do PPR (Programa de Proteção Respiratória), de 1994, ressalta que os produtos brasileiros estão num patamar bom de desenvolvimento, embora somente a peça semifacial filtrante esteja no âmbito do sistema Inmetro de certificação. “Claro, as multinacionais que atuam no Brasil ajudaram a criar essa cultura de qualidade. O mercado vai melhorando, mas ainda temos muito que fazer, principalmente nos aspectos que tangem o PPR. Se as pessoas não conhecem como vão aplicar?”, frisa.
O PPR foi criado através da Portaria nº 1 de 11 de abril de 1994, emitida pelo MTE. Torloni recorda que ele foi elaborado a partir de uma demanda judicial entre o Ministério do Trabalho e fabricantes de máscaras descartáveis. “Existia uma denúncia do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco/SP de que trabalhadores que utilizavam essas máscaras estavam contaminados. O problema foi apontado como sendo da máscara, mas a empresa conseguiu provar que não havia problema com o equipamento e sim com má utilização”, conta.
A partir da problemática judicial encontrada no interior paulista, foi formada uma comissão na Fundacentro, presidida pelo engenheiro. O objetivo era estudar um programa de capacitação que auxiliasse na elaboração de um sistema de proteção respiratória dentro das empresas. Os estudos deram origem ao PPR, que depois se tornou obrigatório, e estabeleceu um regulamento técnico sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Respiratória.
Reportagem de Diego Rosinha
Confira a reportagem completa na edição de junho da Revista Proteção
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