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30% dos acidentes de trabalho no Brasil acometem as mãos

25 setembro 2009

O índice dos acidentes de trabalho no Brasil envolvendo as mãos, cresce a cada ano. A Associação Brasileira de Cirurgia da Mão desenvolve uma ação anual chamada Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes e Traumas da Mão, que tem o objetivo de alertar a população sobre os riscos dos acidentes com as mãos e as maneiras de prevenção.

As mãos estão envolvidas na maioria das atividades desempenhadas pelo ser humano, sendo um de seus principais instrumentos de trabalho. Perdê-la significa a interrupção de sua força profissional em uma faixa etária produtiva, além de um enorme trauma psicológico e físico, somado à uma perda econômica para empresa, governo e trabalhador.

Apesar de sua importância para a realização da maioria das atividades, as mãos estão entre as partes do corpo humano mais sujeitas a acidentes. Segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, publicado em janeiro de 2008, 30% dos 503.890 acidentes de trabalho, atingem mãos, dedos e punhos.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Cirurgia da Mão lançou a Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes e Traumas da Mão, já que muitos desses acidentes poderiam ser evitados com investimentos em máquinas mais modernas, com dispositivos de segurança, capacitação dos trabalhadores e processos de produção mais adequados.

A qualidade do primeiro atendimento é de extrema importância, pois é dele que depende toda a evolução do caso. Um socorro mal conduzido gera sequelas graves e, muitas vezes, incapacidade funcional.

Além do trauma físico, outro problema a ser pensado é o custo desse tipo de acidente. “É importante ressaltar que a maior incidência dos acidentes e traumas da mão atingem a população economicamente ativa e o afastamento dessas pessoas de suas respectivas atividades, provoca um sério impacto econômico-social”, adverte Dr. Flávio Faloppa, da Associação Brasileira de Cirurgia da Mão.

Na maioria dos casos, os custos com acidentes englobam o atendimento médico e tratamento, indenização do acidentado, horas perdidas no trabalho, substituição do funcionário. Tudo isso gera prejuízo tanto para o governo, quanto para a empresa, mas principalmente para o trabalhador acidentado, que terá seu ganho diminuído durante a recuperação e, em casos de acidentes mais graves, carregará as seqüelas para o resto de suas vidas.

Durante o Fórum Político Social ocorrido no 29° Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão, órgãos ligados ao trabalho, como o INSS e FIESP, discutiram juntamente com médicos da ABCM a importância do desenvolvimento de políticas que cuidem da prevenção de acidentes no âmbito de trabalho. Isto porque cada vez mais empresas e órgãos do governo se mostram interessados em uma cooperação mútua, na tentativa de minimizar os danos causados ao acidentado e o impacto econômico gerado por estes.

As estatísticas oficiais brasileiras ainda são limitadas, mas como explica o Dr. Luiz Carlos Angelini, da Associação Brasileira de Cirurgia da Mão, um acidente deste tipo pode sair caro. ‘Pacientes que ficam traumatizados são caros, eu tenho alguns aqui no consultório que, somando todos os gastos, o tratamento todo saiu três vezes mais caro’, afirma ele.

Para que estes problemas tenham uma melhor solução, é que foi criada a especialidade de Cirurgia da Mão, que tem, além de conhecimento profundo de anatomia, fisiologia e fisiopatologia, um aprimoramento da técnica cirúrgica. O objetivo da Cirurgia da Mão nos traumatismos é recuperar a mão acidentada o mais rápido e o mais perfeito possível para que essas pessoas voltem às suas atividades.

 

Fonte: Proteção

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