Manual do Supervisor de Trabalho em Altura
A primeira edição está esgotada. Atualmente pode ser adquirido o e-book no amazon.com.br.
“Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico…
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
e flutuou no ar como se fosse um pássaro
e se acabou no chão feito um pacote flácido.
Agonizou no meio do passeio público.
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.”
A poesia de Chico Buarque de Holanda conseguiu, em 1971, transformar uma cena trágica em algo com contornos até belos… a repetição de versos análogos cria um reforço de imagem que transforma “Construção” em uma das mais emblemáticas canções brasileiras. Lamentavelmente, nem sempre existe na realidade um Chico para emprestar a sua arte e assim, transformar dor em versos.
Mas as vítimas de quedas persistem em morrer atrapalhando o tráfego, o público, o sábado…os trabalhadores da construção civil, por exemplo, continuam, mais de 30 anos depois daquela música, a enfrentar em seu dia-a-dia condições de trabalho bastante precárias.
O livro a seguir, escrito com zelo e dedicação por Edvaldo Nunese colaboradores, mostra que os acidentes ocorridos nos trabalhos em altura (como aquele magistralmente registrado por Chico Buarque) não são imprevisíveis: eles derivam, em muito, da omissão do critério segurança nos momentos de planejar e acompanhar este tipo de atividade.
Mas, além disso, ao longo do texto a seguir, o leitor irá receber informações bastante claras e eficazes, em especial um leque de normas sobre diversos aspectos: técnicos (como os envolvidos na seleção de materiais e equipamentos), organizacionais (como a prescrição de encargos e tarefas) e gerenciais (com a distribuição de responsabilidades). Em conjunto, estas informações capacitarão o leitor a contribuir na reduçãoda ocorrência de problemas nos trabalhos em altura.
A leitura, e mais do que isso, a utilização dos dados trabalhados no livro permitirá, pois,ao leitor e usuário atento, redesenhar o cenário descrito na música. Assim, quem sabe no futuro, ao invés de culminar em um cáustico verso como “pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair, Deus lhe pague!”, não se venha a perceber verdadeiros agradecimentos, quiçá até um: “Deus lhe pague por contribuir para a redução de acidentes”!
Prof. Celso Rodrigues